terça-feira, 27 de julho de 2010

SONETO DA FIDELIDADE - Vinícius de Moraes

De tudo, meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

30 anos sem Vinicius de Moraes - 19/10/1913-09/07/1980

Vinicius de Moraes foi um diplomata, dramaturgo, jornalista, poeta e compositor brasileiro. Poeta essencialmente lírico, o poetinha (como ficou conhecido) notabilizou-se pelos seus sonetos. Conhecido como um boêmio inveterado, fumante e apreciador do uísque, era também conhecido por ser um grande conquistador. O poetinha casou-se por nove vezes ao longo de sua vida. Sua obra é vasta, passando pela literatura, teatro, cinema e música. No campo musical, o poetinha teve como principais parceiros Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, João Gilberto, Chico Buarque e Carlos Lyra.

Músicas:
1932 - "Loira ou Morena" com Haroldo Tapajós
1933- "Dor de uma Saudade" (composta com Joaquim Medina), gravada em 1933 por João Petra de Barros e Joaquim Medina; "O Beijo Que Você Não Quis Dar" composta com Haroldo Tapajós e "Canção da Noite" composta com Paulo Tapajó), ambas gravadas em 1933 pelos Irmãos Tapajós;
1934- "Canção para Alguém" (composta com Haroldo Tapajós), gravada pelos mesmos um ano depois; 1953- "Quando Tu Passas Por Mim", Aracy de Almeida gravou o primeiro samba de sua autoria escrita com Antonia Maria;
1954- "Dobrado de Amor a São Paulo" Aracy de Almeida gravou tambem com sua outra parceria Antonia Maria;
1956- com parceria Tom Jobim: compuseram a trilha sonora, que incluía "Lamento no Morro", "Se Todos Fossem Iguais A Você", "Um Nome de Mulher", "Mulher Sempre Mulher" e "Eu e Você" e  foram lançadas em disco por Roberto Paiva, Luiz Bonfá e Orquestra; "A Felicidade", "Chega de Saudade", "Eu Sei Que Vou Te Amar", "Garota de Ipanema", "Insensatez"', entre outras belas canções;
1957- Aracy de Almeida gravou "Bom Dia, Tristeza" (composta com Adoniran Barbosa); Tito Madi gravou "Se Todos Fossem Iguais A Você"; Bill Farr gravou "Eu Não Existo Sem Você"; Agnaldo Rayol gravou "Serenata do Adeus"; Albertinho Fortuna gravou "Eu Sei Que Vou Te Amar"; "O Nosso Amor" e "A Felicidade" foram duas das canções mais lançadas no final daquela década.
1957-1958- o diretor de cinema francês Marcel Camus filmou "Orfeu do Carnaval" no Rio de Janeiro, filme este que recebeu o nome de Orfeu Negro. Vinicius compôs para o filme "A Felicidade" e "O Nosso Amor";
1958- "Canção do Amor Demais", gravado pela cantora Elizeth Cardos; "Luciana", "Estrada Branca", "Outra Vez" e "Chega de Saudade", em interpretações vocais intimistas com Tom Jobim;
1960- "Janelas Abertas" (composta com Tom Jobim), por Jandira Gonçalves e "Bate Coração", (composta com Antônio Maria), por Marianna Porto de Aragão; Com Carlos Lyra: "Você e Eu", "Coisa Mais Linda" "A Primeira Namorada" e "Nada Como Te Amar".
1962- "Canção da Eterna Despedida" (composta com Tom Jobim) e  "Em Noite de Luar" (composta com Ary Barroso) foram gravadas por Orlando Silva e Ângela Maria; Com Pinxiguinha: "Lamento" e "Mundo Melhor", os chorinhos; Com o compositor e violonista Baden Powell: "Apelo", "Canção de Amor", "Canto de Ossanha", "Formosa", "Mulher Carioca" "Paz", "Pra Que Chorar", "Samba da Bênção", "Samba Em Prelúdio", "Só Por Amor", "Tem Dó", "Tempo Feliz", entre outras; Vinicius de Moraes participou de "Encontro", um dos mais importantes concertos da bossa nova e realizado na boate "Au Bon Gourmet", no Rio de Janeiro. Neste show, foram lançadas clássicos da música popular brasileira como "Ela é Carioca", "Garota de Ipanema", "Insensatez", "Samba do Avião" e "Só Danço Samba"; Com Carlos Lyra: "Marcha da Quarta-feira de Cinzas" e a bela "Minha Namorada";
1963- Vinicius de Moraes lançou com a atriz Odete Lara seu primeiro álbum: "Vinicius e Odete Lara". Com arranjos e regência do poeta Moacir Santos, o LP continha canções da parceria com Baden Powell, como "Berimbau", "Mulher Carioca", "Samba em Prelúdio" e "Só por Amor", entre outras;
1964- "Bom-dia, Amigo" (parceria com Baden Powell), "Carta ao Tom", "Dia da Criação" e "Minha Namorada" (parcerias com Carlos Lyra), e "Adalgiza", "…Das Rosas", "História de Pescadores" e "Saudades da Bahia" (parcerias com o cantor, compositor e violonista Dorival Caymmi);
1965- "Arrastão" (composta com Edu Lobo), defendida por Elis Regina, ficou com o primeiro lugar, e "Valsa do Amor que Não Vem" (parceria com Baden Powell), defendida por Elizeth Cardoso, ficou com o segundo lugar; Com o arranjador, cantor e instrumentista Edu Lobo, Vinicius compôs "Zambi" e "Canção do Amanhecer" - canções que se engajaram no clima de protesto da época e foram apresentadas em projetos do Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE).
1970 - Parceria com Toquinho: "Como Dizia o poeta", "Tarde em Itapoã" e "Testamento".
1971- assinou com Chico Buarque, sobre antigo choro de "Garoto", a canção "Gente Humilde", grande sucesso gravada pelo próprio Chico e, pouco depois, por Ângela Maria; Parceria com Toquinho: "Maria Vai com as Outras", "Morena Flor", "A Rosa Desfolhada"
1972- Parceria com Toquinho: eles lançaram o álbum "São Demais os Perigos Dessa Vida", contendo - além da faixa-título - grandes sucessos como "Cotidiano nº 2", "Para Viver Um Grande Amor" e "Regra três";
1974- Vinicius e Toquinho compuseram "As Cores de Abril" e "Como É Duro Trabalhar", ambas incluídas na trilha sonora da novela "Fogo Sobre Terra" (da Rede Globo); A parceria lançou o álbum "Toquinho, Vinicius e Amigos". O disco teve as participações de Maria Bethânia (em "Apelo" e "Viramundo"), Cyro Monteiro ("Que Martírio" e "Você Errou", últimas gravações deste cantor), Maria Creuza ("Tomara" e "Lamento no Morro"), Sergio Endrigo ("Poema Degli Occhi" e "La Casa") e Chico Buarque ("Desencontro"); Ainda naquele ano, a dupla lançou "Vinicius e Toquinho", quarto álbum de estúdio da parceria, que trazia composições de autoria deles, como "Samba do Jato", "Sem Medo" e "Tudo Na Mais Santa Paz", e ainda "Samba pra Vinicius", homenagem ao poetinha de Toquinho e Chico Buarque, que fez uma participação especial no disco.

Livros e Outros:
1933- O Caminho para a Distância;
1936- Ariana, a Mulher;
1943- Cinco Elegias;
1946- Poemas, Sonetos e Baladas
1947- a revista Filme com Alex Vianny;
1950Pátria Minha em Barcelona;
1954- Antologia Poética, coletanea de poemas; Orfeu da Conceição, sua peça teatral, premiada no concurso do IV Centenário de São Paulo e publicada na revista "Anhembi"; 
1962- "Procura-se Uma Rosa" e "Para Viver Um Grande Amor"; "Pobre Menina Rica", sua peça teatral, cuja trilha sonora trazia canções como "Sabe Você", "Primavera" e "Samba do Carioca" (lançando a cantora Nara Leão), ambas parcerias com Carlos Lyra;
1964- "Cordélia e o Peregrino";
1966- "Para Uma Menina Com Uma Flor", um livro de crônicas;
1969- "Obra Poética" e se apresentou ao lado de Maria Creuza e Dorival Caymmi em Punta del Este; O poetinha também fez recital na Livraria Quadrante, em Lisboa, apresentando, entre outros, os poemas "A Uma Mulher", "O Falso Mendigo", "Sob o Trópico de Câncer" (no qual trabalhou durante 9 anos) e "Soneto da Intimidade";
1975- "A Arca de Noé", poemas infantis.

Mesmo após a morte, a obra musical de Vinicius manteve-se prestigiada na música brasileira. Foram lançados os álbuns "Toquinho, Vinicius e Maria Creuza - O Grande Encontro" (1988) e "A História dos Shows Inesquecíveis - Poeta, Moça e Violão: Vinicius, Clara e Toquinho" (1991), além de terem sido lançados livros sobre o poeta, como "Vinicius de Moraes - Livro de letras" (1993), de José Castelo, "Vinicius de Moraes" (1995), também de José Castello, "Vinicius de Moraes" (1997), de Geraldo Carneiro (uma edição ampliada do livro publicado em 1984). Ainda em 1993, Almir Chediak editou os três volumes do "Songbook Vinicius de Moraes".
Por ocasião dos vinte anos da morte do poeta, em 2000, a Praia de Ipanema foi o palco de um show em homenagem a Vinicius, que contou com a participação da Orquestra Sinfônica Brasileira, Roberto Menescal, Wanda Sá, Zimbo Trio, Os Cariocas, Emílio Santiago e Toquinho, interpretando composições de sua autoria.

Em 2003, ano em que o poeta completaria seu 90º aniversário, foram lançados vários projetos em tributo à sua criação artística. Também foi lançado o website oficial de Vinicius.
Em 2005, "The Girl from Ipanema", versão em inglês de "Garota de Ipanema", de Astrud Gilberto, Tom Jobim, João Gilberto e Stan Getz, realizada em 1963, foi escolhida como uma das 50 grandes obras musicais da Humanidade pela Biblioteca do Congresso Americano. Ainda em 2005, estreou, na abertura da sétima edição do "Festival do Rio", o documentário "Vinicius", dirigido por Miguel Faria Jr. e produzido por Suzana de Moraes, filha do poeta, com a participação de Chico Buarque, Carlos Lyra, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Adriana Calcanhoto, Mariana de Moraes e Olívia Byington, entre outros convidados. A trilha sonora do filme foi lançada em CD.
Em 2006, foi lançada a caixa "Vinicius de Moraes & Amigos", com cinco álbuns do poetinha, contendo 70 canções compiladas de fonogramas gravados por vários intérpretes e pelo próprio Vinicius (solo ou em dueto. A caixa incluiu ainda um livreto com a biografia do homenageado e as letras de todas as canções.

20 anos sem Cazuza - 07/07/90

Agenor de Miranda Araújo Neto, mais conhecido como Cazuza (Rio de Janeiro, 4 de abril de 1958 — Rio de Janeiro, 7 de julho de 1990) foi um cantor e compositor brasileiro que ganhou fama como símbolo da sua geração como vocalista e principal letrista da banda Barão Vermelho. Sua parceria com Roberto Frejat foi criticamente aclamada. Dentre as composições famosas junto ao Barão Vermelho estão "Todo Amor Que Houver Nessa Vida", "Pro Dia Nascer Feliz", "Maior Abandonado", "Bete Balanço" e "Bilhetinho Azul". Cazuza tornou-se um dos ícones da música brasileira do final do século XX. Dentre seus sucessos musicais em carreira solo, destacam-se "Exagerado", "Codinome Beija-Flor", "Ideologia", "Brasil", "Faz Parte Do Meu Show", "O Tempo Não Pára" e "O Nosso Amor A Gente Inventa". Cazuza também ficou conhecido por ser rebelde, boêmio e polêmico, tendo declarado em entrevistas que era bissexual. Em 1989 declarou ser soropositivo e sucumbiu à doença em 1990, no Rio de Janeiro.

PRO DIA NASCER FELIZ
Composição: Rberto Frejat/ Cazuza

Todo dia a insônia

Me convence que o céu
Faz tudo ficar infinito
E que a solidão
É pretensão de quem fica
Escondido, fazendo fita

Todo dia tem a hora da sessão coruja
Só entende quem namora
Agora vam'bora
Estamos, meu bem, por um triz
Pro dia nascer feliz
Pro dia nascer feliz
O mundo acordar
E a gente dormir
Pro dia nascer feliz
Essa é a vida que eu quis
O mundo inteiro acordar
E a gente dormir

Todo dia é dia
E tudo em nome do amor
Essa é a vida que eu quis
Procurando vaga
Uma hora aqui, outra ali
No vai-e-vem dos teus quadris

Nadando contra a corrente
Só pra exercitar
Todo o músculo que sente
Me dê de presente o teu bis
Pro dia nascer feliz
Pro dia nascer feliz
O mundo inteiro acordar
E a gente dormir, dormir

Pro dia nascer feliz
Essa é a vida que eu quis
O mundo inteiro acordar
E a gente dormir

© Editora Sigem
62000160

A Canção do Noite - Mikail Naaimé

A noite se acalmou,
E na sua quietude, escondem-se os sonhos.
E, ao longe, levantou-se a lua
Com seus olhos fitando o tempo.

Acompanha-me, ó filha dos campos,
Até o vinhedo dos enamorados.
Talvez o vinho
Abrande o calor da saudade.

Ouve o rouxinol
Que espalha seu canto nestes vales
Banhados pelo hálito
Perfumado das colinas

Não tenhas medo, minha pequena,
As estrelas calam o que vêem,
E, no vinhedo, a bruma noturna
Acoberta os segredos.

Não tenhas medo.
Ebria*, a noiva dos gênios
Dorme em sua gruta mágica,
Quase oculta dos olhos das fadas.

E se o apaixonado rei dos gênios,
Por aqui passar,
Saudoso se afastará
Sem revelar a nossa paixão.

*Ebria: exaltado

O Mar - Mikail Naaimé

No silêncio da noite,
Quando o despertar do homem
Se insinua de detrás do véu,
A floresta diz:
"Eu sou a força que o sol fez surgir
Das entranhas da terra".
O mar, entretanto, continua calado,
Dizendo consigo mesmo: "A força é minha".
O rochedo diz:
"O tempo me construiu, um símbolo,
Até o dia final".
O mar, entretanto, permanece calado,
Dizendo consigo mesmo: "O símbolo é meu".
O vento diz: "Como sou extraordinario!
Separo a terra do céu".
O mar, entretanto, continua calado,
Dizendo consigo mesmo:
"O vento é meu".
O rio diz: "Suave, nasci
Sacio a sede a terra".
O mar, entretanto, continua calado,
Dizendo consigo mesmo:
"O rio é meu".
A montanha diz: "Permanecerei erguida,
Enquanto houver astros nas alturas".
O mar, entretanto, permanece calado,
Dizendo consigo mesmo:
"A montanha é minha".
O pensamento diz: "Eu sou um rei,
O único rei deste universo".
O mar, entretanto, continua calado,
Dizendo consigo mesmo:
"TUDO É MEU".

Resenha do Filme - Jobs: Um olhar sobre o filme pelos alunos do 9º ano

  Direção:  Joshua Michael Stem Roteiro:  Matt Whiteley Elenco:  Ashton Kutcher, Dermon Mulroney, Josh Gad, Lukas Haas, J.K. Simmons, Lesley...