Há canções no meu silêncio e fome na minha saciedade.
E há água na minha sede.
E embriaguez na minha sobriedade.
E no meu pranto, há a alegria das bodas,
E no meu exílio, o conforto da volta ao lar.
E há confidências nos meus segredos.
E véus nas minhas confidências.
E quantas vezes me queixo de preocupações
De que meu coração se orgulha!
E quantas vezes choro enquanto meus lábios sorriem!
E quantas vezes espero por um amigo -
Que está perto de mim!
E quantas vezes almejo coisas
Que, na verdade, possuo!
E quando a noite negra espalha minhas aspirações.
Sobre o tapete de meus sonhos,
Vem a aurora e as recolhe.
Olhei para meu corpo com meu espelho interior.
E achei-o um espírito captado pelo pensamento.
Em mim está quem me criou
E quem estendeu a vida na minha frente.
Em mim, estão a morte e o túmulo,
A recompensa e a ressurreição
Se não estivesse vivo, não seria um mortal.
E não fossem as ânsias da minha alma
O túmulo não me queria.
E quando perguntei à minha alma
O que o destino iria fazer
Com nossas aspirações acumuladas,
Respondeu: "Eu sou o destino".
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